A presença das tecnologias digitais na vida das crianças tem se tornado cada vez mais precoce, e esse fenômeno se intensificou durante o período da Pandemia de Covid-19, que submeteu as crianças a um aumento considerável do tempo de exposição às telas.

Com o desafio das escolas em se adaptarem suas práticas educacionais para o ensino remoto, as crianças foram expostas às atividades online tornando-se ainda mais imersas no mundo virtual.

Esse fenômeno precoce tem sido desafiador para os pais, educadores e profissionais da saúde, pois essa inserção precoce das crianças – orientada pelos adultos – propiciou uma forma inédita para as crianças se relacionarem com o mundo, trazendo consigo dilemas e desafios anteriormente desconhecidos por elas.

As tecnologias digitais, utilizadas como recursos pedagógicos, desempenham um papel fundamental no processo educacional das crianças da educação infantil e dos anos iniciais, proporcionando experiências de aprendizagem enriquecedoras e interativas.

Cerutti (2015, p. 260) salienta que o professor pode fazer uso das tecnologias digitais como recurso pedagógico, ao pontuar:

Então, cabe à prática pedagógica inserir formas e meios para tornar essas informações acessíveis e interessantes ao educando. Uma das alternativas que temos hoje enquanto inovação são as TICs. Em particular o uso da Internet e dos materiais digitais na vida cotidiana das pessoas otimiza para que seja aguçado o interesse dos educadores no sentido de utilizar múltiplas potencialidades dos recursos digitais no trabalho pedagógico.

Torna-se, portanto, essencial buscar “equilibrar as horas de jogos online com atividades esportivas, brincadeiras, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza e garantir insumos para o crescimento e desenvolvimento com afeto e alegria”.

Promover um equilíbrio saudável entre a utilização das tecnologias digitais e as atividades físicas, lúdicas e sociais para a promoção de um desenvolvimento integral e saudável das crianças deve ser uma responsabilidade compartilhada entre pais, cuidadores, pediatras e professores.

O avanço das tecnologias digitais tem trazido benefícios para a sociedade, mas também desafios experimentados, como o vício em tecnologias. A inserção precoce das crianças no universo digital tem levado-as ao vício em dispositivos eletrônicos, jogos e redes sociais. E esse problema impacta na saúde física, emocional e social das crianças.

As recomendações da (OMS, 2019) sobre o uso de telas por crianças de 5 a 10 anos refletem a importância de um equilíbrio saudável entre o tempo gasto diante de dispositivos eletrônicos e outras atividades essenciais para o desenvolvimento infantil. Ainda destaca que, nessa faixa etária, as crianças devem continuar a ter uma participação ativa em atividades que promovam o crescimento físico, mental e emocional. Embora a tecnologia tenha um papel no mundo moderno, o tempo de tela deve ser gerenciado com sensibilidade para garantir que não substitua experiências vividas no mundo real.

O progresso das tecnologias digitais abriu muitos ganhos para a sociedade, porém, também trouxe desafios, especialmente ao considerar o uso excessivo de telas por crianças da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental. Esse artigo destacou o papel preventivo da escola nesse contexto enfatizando a importância de conscientizar, determinar limites, promover atividades alternativas e firmar parceria com os pais.

Os resultados deste estudo visam ser um contributo para todos os envolvidos na educação de crianças, sobretudo, pais e professores, fornecendo instrumentos e incitando-os a buscar novas abordagens relacionadas à prevenção da saúde física e mental das crianças pequenas. É fundamental que a escola atue como um agente conscientizador, fornecendo informações relevantes sobre os perigos do uso excessivo das tecnologias digitais pelas crianças, por meio de palestras e materiais informativos aos pais e à comunidade em geral, sobre a importância de garantir um equilíbrio saudável.

Nota: Este conteúdo foi adaptado sob Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0

Fonte: Autoras: Maria Souza dos Santos, Sandra Canal, Andreia Mendes dos Santos, Revista de Ciências Humanas - Frederico Westphalen, Mai-Ago/2023. https://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/view/4589/pdf

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