A exposição constante a padrões de beleza nas redes sociais e a influência de familiares sobre a aparência física afetam diretamente a percepção corporal e os hábitos alimentares dos jovens. Este estudo, realizado pelo periódico Middle East Current Psychiatry  (MECP), aborda como essas influências podem contribuir para a insatisfação corporal e o desenvolvimento de transtornos alimentares.

A influência das redes sociais e da família

A pesquisa envolveu 620 estudantes universitários e mostrou que:

  • 25% demonstraram preocupação elevada com a forma corporal.
  • 41% dos participantes estão em risco de desenvolver transtornos alimentares;
Uma “cultura” familiar que enfatiza a magreza, o peso, a alimentação e a aparência é um grande contribuinte para os transtornos alimentares e a insatisfação corporal (KLUCK, 2010)

Esses dados refletem como a pressão para atingir padrões estéticos, reforçada pela família e pelas mídias sociais, pode afetar negativamente a autoimagem dos jovens.

Embora o público-alvo do estudo sejam jovens universitários, sabe-se que essa questão pode afetar até mesmo crianças pequenas, que já têm acesso a telas desde cedo. Elas se deparam com situações de comparação de imagem com pessoas do outro lado da tela e, muitas vezes, precisam lidar com comentários pouco construtivos de familiares, que não compreendem que o corpo alheio nunca deve ser motivo de críticas.

Redes sociais e imagem corporal

As redes sociais frequentemente promovem padrões irreais de beleza, impulsionados por filtros, procedimentos estéticos e até dietas extremamente restritivas. Isso leva muitos jovens a se compararem com influenciadores, sem ter clareza sobre como esses padrões foram realmente alcançados. O estudo apontou que:

  • Distorção da autoimagem: muitos jovens acabam aderindo a dietas radicais ou práticas pouco saudáveis para se aproximar do padrão idealizado.
  • Comparação social: ver fotos idealizadas aumenta a insatisfação corporal.
  • Maior tempo online: jovens que passam mais tempo nas redes sociais tendem a internalizar padrões estéticos rígidos.
 O uso da Internet foi associado a níveis mais altos de magreza ideal internalizada, comparação de aparência, motivação para ser magro e insatisfação corporal em estudantes do ensino médio (TIGGEMANN , SLATER, 2013) 

A pressão estética afeta diretamente a autoestima dos jovens. É fundamental que pais, educadores e os próprios jovens se conscientizem dos riscos desse tipo de exposição e promovam uma relação mais saudável com a aparência e a alimentação. Também é importante conversar com os familiares sobre os limites nos comentários sobre a aparência alheia.

Nota: Este conteúdo foi adaptado sob Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0

Fonte: Alburkani, B.S.S., Yousef, F.M., Arab, A. et al. The impact of social media and family attitudes on the body image and eating patterns of male and female students. Middle East Curr Psychiatry 31, 87 (2024). https://doi.org/10.1186/s43045-024-00474-x

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