Publicado no International Journal of Childhood Education Policy (2020), este estudo avalia como mudanças em políticas, sistemas e ambientes (PSE) podem promover comportamentos saudáveis relacionados à alimentação e atividade física em ambientes de educação infantil (ECE). 

Por meio da implementação de estratégias baseadas em evidências, o estudo destaca o impacto positivo dessas mudanças na qualidade do cuidado e no desenvolvimento saudável das crianças.

A obesidade infantil é uma epidemia nos Estados Unidos, afetando uma em cada quatro crianças em idade pré-escolar. 

O International Journal of Childhood Education Policy reforça que ambientes de educação infantil têm um papel fundamental na prevenção da obesidade, dado seu alcance e capacidade de influenciar crianças de diferentes contextos sociais. 

Objetivo do estudo

Examinar a implementação e sustentabilidade de mudanças relacionadas a políticas, sistemas e ambientes em centros de educação infantil, com foco em práticas que incentivem alimentação saudável e atividade física.

Como foi conduzido?

  • Amostra: 68 centros de educação infantil em Colorado, incluindo 43 equipes multidisciplinares de bem-estar.
  • Intervenção: equipes foram capacitadas a identificar, priorizar e implementar mudanças em PSE, utilizando um processo estratégico adaptado do modelo de Mapeamento de Intervenções.
  • Análise de dados: o progresso foi avaliado por meio de auto-relatos dos diretores e registros de implementações, analisando a extensão e sustentabilidade das mudanças após seis meses.

Resultados:

  • Mudanças implementadas: uma média de 5,07 mudanças relacionadas à saúde foi implementada por centro, sendo a maioria focada em mudanças ambientais, como acessibilidade à água potável e uso de materiais de recreação.
  • Sustentabilidade: após seis meses, 42% das mudanças estavam parcialmente implementadas e 47% estavam totalmente integradas.
  • Diferenças entre centros: centros privados implementaram mais mudanças que os centros públicos e os do programa Head Start, devido às diferenças nas regulamentações e recursos pré-existentes.

Conclusões

  • Impacto de mudanças ambientais: mudanças no ambiente físico, como jardins escolares e equipamentos de recreação, demonstraram ser mais fáceis de implementar e sustentar do que mudanças políticas, devido a barreiras administrativas e resistência cultural.
  • Educação e engajamento comunitário: o envolvimento dos educadores e famílias foi essencial para o sucesso das intervenções, com resultados positivos no comportamento infantil e na percepção de qualidade pelos pais.
  • Colaboração interdisciplinar: a formação de equipes multidisciplinares permitiu a troca de conhecimentos e a criação de planos de ação mais alinhados às necessidades específicas de cada centro.

Mudanças estratégicas em políticas, sistemas e ambientes são ótimas ferramentas para melhorar a qualidade e os resultados em ambientes de educação infantil. Para maximizar o impacto, é essencial abordar barreiras institucionais e fortalecer o apoio comunitário, garantindo que práticas saudáveis sejam sustentáveis e acessíveis.

Nota: Este conteúdo foi adaptado sob Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0

Fonte:Farewell, C.V., Powers, J.N., Maiurro, E. et al. Implementation of policy, system and environment changes in early childhood education settings. ICEP 14, 5 (2020). https://doi.org/10.1186/s40723-020-00070-6

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