Uma epidemia de inatividade física afetam a todos em todas as nações
UMA CORRIDA PARA DESACELERAR — Conforme as economias crescem, as pessoas param de se movimentar
Há apenas algumas gerações, a atividade física era parte integrante da vida diária. Em nome do progresso, nós a removemos tão completamente que a inatividade física parece realmente normal. Os custos econômicos são inaceitáveis, os custos humanos são imperdoáveis.
Pesquisas mostram que economias desenvolvidas como a dos Estados Unidos reduziram os níveis de atividade física em até 32 por cento em menos de duas gerações. Em 2030, os norte-americanos serão quase 50 porcento menos ativos do que eram em 1965.(Fonte:Inc. Ng., S.W. e Popkin,
B. M. (2012). Uso do tempo e a atividade física: um distanciamento
do movimento ao redor do globo. Obesity Reviews, doi: 10.1111/
j.1467-789X.2011.00982.x.) Se estamos em casa, no trabalho ou sendo transportados de um lugar para outro, os veículos, as máquinas e a tecnologia através da inteligência artificial fazem agora o nosso movimento para nós.
O que fazemos em nossa hora de lazer nem chega perto de compensar o que nós perdemos. No contexto da evolução, essa abrupta mudança causa consequências severas. Índices crescentes de doenças crônicas, maiores custos de serviços de saúde e tempo de vida mais curto estão todos ligados à diminuição dos níveis de atividade física.
NÍVEIS HISTÓRICOS E PROJETADOS DE ATIVIDADE FÍSICA
As economias desenvolvidas sofreram uma queda significativa nos níveis de
atividade física em menos de duas gerações.
AS ECONOMIAS EMERGENTES ESTÃO DESACELERANDO RAPIDAMENTE
As pesquisas sugerem que quanto mais rápido as economias crescem, mais rápido as populações desaceleram. Em outras palavras, os efeitos da diminuição dos níveis deatividade física podem ser sentidos mais intensamente em países com economias em rápido desenvolvimento.
Por exemplo, os 1.3 bilhões de cidadãos da China Continental estão se tornando menos ativos fisicamente, num índice maior que qualquer outro país: em menos de uma geração, apenas 18 anos, a atividade física diminuiu por volta de 45 por cento. A Rússia também parece estar com problemas, com uma queda de 18 por cento em apenas 16 anos—metade de uma geração. Em 2030, é esperado que os níveis de atividade física dos russos diminuam cerca de um terço.
A atividade física dos brasileiros decaiu 6 porcento em apenas cinco anos. Por volta de 2030, a diminuição é estimada em mais de 34 por cento. Colocando isso em perspectiva, uma queda de 35 por cento na atividade física no Reino Unido é projetada a levar 69 anos. No Brasil, quedas similares são projetadas a ocorrer em apenas 28 anos. Particularmente preocupante: as economias emergentes não tiveram tempo suficiente em seu processo de desenvolvimento econômico e social para lidar com as consequências severas e inevitáveis que virão. Uma oportunidade única de resolver o problema antes que ele se instale por completo.
NÍVEIS HISTÓRICOS E PROJETADOS DE ATIVIDADE FÍSICA
As tendências de inatividade física estão se acelerando nas economias emergentes.
OS CUSTOS HUMANOS E ECONÔMICOS SÃO INACEITÁVEIS
As pesquisas mostram que a inatividade física já está drenando economias. Em apenas seis países (China, Índia, Reino Unido, Estados Unidos, Rússia e Brasil), o custo da inatividade física foi estimado em mais de US$ 218 bilhões em 2008.(Fonte: Inc. Chaaban, J. As Despesas Econômicas da Atividade Física. Publicação por vir em 2012). Em 2030, só as despesas diretas na ChinaContinental e na Índia irão aumentar, cada uma, mais de 450 por cento. Para colocar esses números no contexto, é esperado que as despesas diretas anuais em 2030 sejam maiores que o orçamento atual de assistência médica na China Continental, e quase quatro vezes o que a Índia gasta atualmente em educação secundária por ano.
Apesar dos custos econômicos serem tão alarmantes, os custos humanos são trágicos. A inatividade física é um fator principal de risco das causas da mortalidade, de doenças vasculares, pressão alta, AVC, diabetes tipo 2, síndrome metabólica, câncer de cólon, câncer de mama e depressão. Um estudo recente calcula que 9 por cento de todas as causas de mortes prematuras em todo o mundo são atribuídas a inatividade física. Despesas inaceitáveis. Totalmente evitáveis.
OS CUSTOS ECONÔMICOS E AS CONSEQUÊNCIAS
Medição dos custos diretos e indiretos associados com a inatividade, hoje e projeções futuras.
A INATIVIDADE FÍSICA É UM CICLO MORTAL
As crianças de hoje estão desligando-se do esporte e dos jogos fisicamente ativos muito cedo. Por exemplo, um estudo mostrou que entre as idades de 9 e 15 anos, a atividade física entre as crianças americanas caiu 75 por cento.Outro estudo sobre crianças européias da mesma faixa etária mostrou uma queda de 50 por cento nos níveis de atividade física até os 15 anos. Enquanto isso, uma pesquisa na China Continental mostrou que 92 por cento das crianças não tinham nenhuma atividade física fora da escola.
Os efeitos da inatividade física aparecem cedoe têm consequências dramáticas ao longo da vida de um indivíduo. As crianças sofrem com os níveis sem precedente de distúrbios de saúde física e emocional e apresentam rendimento acadêmico inferior. Conforme envelhecem, seu potencial de renda financeira e sua produtividade diminuem.
Essas consequências agravam-se através das gerações, pois crianças fisicamente inativas crescem e passam os custos e ocomportamento para seus próprios filhos.
Considerando os sérios custos e consequências, é difícil imaginar porquenão foi feito mais para combater uma epidemia de inatividade física que acontece a medida que as economias crescem. Uma teoria é que a atividadefísica e a participação regular na educação física, nos esportes e emjogos fisicamente ativos simplesmente ainda não foram vistos como umafonte de vantagem competitiva.
Hoje eles são vistos como opcionais ou extracurriculares, e não como o investimento poderoso que são. A ciência é clara. A atividade física faz mais do que criar uma boa saúde. Ela contribui para a liderança, produtividade e inovação. Ela diminui a depressão e o crime, aumenta as conquistas educacionais e os níveis de renda, e gera retorno aos negócios. Os benefícios que os indivíduos e as nações acumularão são mais significativos e extensos do que o mundo reconhece atualmente. Os ganhos intelectuais, físicos e sociais dos indivíduos impulsionarão as economias. Isto é um investimento numa solução transversal extraordinária que estimula o capital humano e o potencial humano.
Fontes: Inc. Ng., S.W. e Popkin,B. M. (2012). Uso do tempo e a atividade física: um distanciamento do movimento ao redor do globo. Obesity Reviews, doi: 10.1111/j.1467-789X.2011.00982.x. Inc. Chaaban, J. As Despesas Econômicas da Atividade Física. Publicação por vir em 2012.
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